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terça-feira, 16 de abril de 2013

Entrevista com Carlos Ney, secretário de Desenvolvimento de São Gonçalo.

    O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Ciência e Tecnologia de São Gonçalo, Carlos Ney, recebeu na tarde de ontem (15/04) em seu gabinete, a visita do editor do Made in Gonça, Betinho Carvalho, que conversou sobre a possibilidade de trazer para a cidade uma fábrica de algodão, Carlos Ney, mostrou-se otimista em relação ao projeto, ao final do encontro, o secretário concedeu a seguinte entrevista ao Made in Gonça:

Made in Gonça: Como tem sido o desafio de conduzir uma secretaria tão importante, numa cidade que está reencontrando o caminho do desenvolvimento econômico e social?

Carlos Ney: Realmente é um desafio, pois a secretaria tem que pensar no município como um todo, como nós encontramos a secretaria praticamente ineficiente, precisamos tomar algumas medidas iniciais, reconhecendo as governanças locais, estabelecendo parcerias com a sociedade civil organizada, como por exemplo: a Associação Comercial e Empresarial de São Gonçalo (ACESG), FIRJAN, Sindicatos, CDL e outras que pensam no setor produtivo do município, precisamos reconhecer esses órgãos e juntos elaborar-mos um diagnóstico da cidade para poder projetar a São Gonçalo dos próximos anos.

Made in Gonça: O sr. está a frente da secretaria a pouco mais de 100 dias. Nesse período como tem se apresentado o processo do desenvolvimento da economia local? Há muitas empresas de olho em São Gonçalo?

Carlos Ney: Hoje temos pelo menos 26 grandes empresas querendo se instalar no Complexo Industrial e Empresarial de São Gonçalo (CIESG), em Guaxindiba. Temos projetos em fase de elaboração como a cidade da pesca, onde estamos discutindo também a instalação de estaleiros, projetos que vão gerar milhares de empregos e aquecer a economia, estamos formalizando ainda 18 mil micro-empreendedores individuais.

Made in Gonça: São Gonçalo possui mais de 1 milhão de habitantes, onde cerca de 50% fazem parte da classe média, ou classe "C", isso confere a cidade um invejável potencial de consumo. A secretaria planeja ações para incentivar o consumo de bens e serviços na própria cidade?

Carlos Ney: Sim. Já estamos fazendo isso, tivemos um caso de uma empresa de fabricação de sardinhas em conservas que possui 960 empregados na cidade e que nos perguntou se havia alguma lavanderia no município, pois ela enviava os uniformes para serem lavados em Xérem, na Baixada Fluminense, recorremos ao cadastro de empresas e mostramos que haviam três lavanderias em São Gonçalo, isso gera empregos aqui, movimenta a economia local, além de gerar divisas para a municipalidade; precisamos fazer o dinheiro circular no município e gerar oportunidades para os gonçalenses, nossa população deve acreditar na cidade, temos uma grande diversidade econômica, vamos adotar medidas que estimulem o consumo interno.

Made in Gonça: Como o empresariado local está reagindo as políticas já implementadas ou que ainda estão sendo desenvolvidas pela secretaria?

Carlos Ney: A reação é de surpresa, pois quando começamos a visitar algumas indústrias e empresas em geral, e perguntamos o que era necessário para o desenvolvimento de suas atividades, ou o que a prefeitura poderia fazer para dar melhores condições para que essas empresas pudessem crescer, os empresários ficaram espantados, pois o poder público estava procurando essas empresas para fazer parcerias de articulação, ouvindo os seus anseios e propostas, o que não acontecia antes, além disso, estamos implantando um sistema que agilizará a concessão de alvarás, creio que em 60 ou 90 dias teremos a possibilidade do empresário ter sua licença concedida em até 48 horas e isso está sendo bem visto pelo setor produtivo, estamos seguindo a orientação do Prefeito Neilton Mulim, de incentivar o empresariado e promover ações que estimulem o desenvolvimento da economia gonçalense.

Made in Gonça: Na sua opinião como será a São Gonçalo dos próximos anos? Que projeções e perspectivas a secretaria pode fazer para um futuro próximo?

Carlos Ney: Será uma São Gonçalo bem diferente, temos o COMPERJ em Itaboraí, que vai fomentar principalmente na região de Guaxindiba, um grande pólo industrial, como eu disse anteriormente, já temos 26 grandes empresas interessadas em se instalar ali, mas não podemos pensar numa São Gonçalo do futuro sem o metrô, essa luta que enfrentamos a anos, e que não é apenas uma questão da Prefeitura, mas de toda a sociedade civil organizada, de toda a população, que deve lutar pelos seus direitos; precisamos pensar grande, pensar macro, eu penso numa encubadora de empresas para a cidade, penso num projeto de um parque tecnológico, em condomínios empresariais dos setores têxtil, tecnologia da informação, penso na agricultura familiar na fazenda Engenho Novo em Monjolos, penso na questão de um hotel de projetos que deve hospedar o que há de melhor em nossa cidade, nossos talentos, pessoas que aqui vivem e pensam numa São Gonçalo melhor, numa escola técnica municipal, principalmente na área naval, metal-mecânica, para formar os nossos jovens, vamos fomentar setores como o pólo de auto peças no Coelho, os pólos de confecção em Nova Cidade e Jardim Catarina, o pólo naval e off-shore no Gradim e Itaóca.

Carlos Ney apresentou diversos projetos que devem contribuir para o desenvolvimento da cidade.
Foto: Eliézio Silva.

Um comentário:

  1. A julgar pela cultura e turismo de nossa cidade, pasta que o secretário já foi responsável anteriormente fica difícil acreditar em tantas promesas...

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